Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2025

Hora de Romper com a Dependência

Por: Carlos Lima – Economista A recente ofensiva do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, com a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e a inclusão do ministro Alexandre de Moraes em uma lista de sanções unilaterais, marca um novo e perigoso capítulo nas relações entre centro e periferia no sistema internacional. Longe de serem apenas reações políticas episódicas, as medidas revelam o uso explícito do poder econômico como instrumento de coerção externa. Na prática, o governo Trump tenta transformar tarifas e sanções em armas diplomáticas para defender seus aliados políticos no Brasil e enfraquecer instituições democráticas que resistem ao avanço autoritário da extrema-direita. Ao mirar o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula, os EUA atingem, na verdade, a economia e a soberania brasileiras como um todo. A resposta do Brasil precisa ser firme, articulada e estrutural. É hora de revisar a dependência do sistema financeiro internacional dominado pelo dólar...

O “Acordo Caracu” imposto pelos EUA à Europa

  Quando a diplomacia se rende à chantagem tarifária Por Carlos Lima – Economista e Bancário O recente acordo firmado entre os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, e a União Europeia no dia 27 de julho de 2025 é um marco do autoritarismo comercial da potência imperialista. Apresentado ao mundo como um “entendimento que evita a guerra tarifária”, o pacto escancara, na verdade, a prática do poder econômico bruto: chantagem, imposição e subordinação. E como se diz no Brasil, quando um lado é forçado a aceitar tudo e o outro impõe os termos, o nome é direto: acordo caracu. Os Estados Unidos entraram com a cara, e a Europa... com o resto. O que está no papel O coração do acordo é uma tarifa de 15% que os EUA aplicam, de forma unilateral, à maior parte das exportações europeias. Essa tarifa atinge desde automóveis até bens farmacêuticos e industriais. A União Europeia, por sua vez, não aplicou nenhuma tarifa equivalente aos produtos norte-americanos. Ou seja, aceito...

A Responsabilidade do Estado e a Defesa dos Participantes da FUNCEF

Por Carlos Lima  A possível homologação, pelo Supremo Tribunal Federal, da proposta de renegociação dos acordos de leniência firmados antes do Acordo de Cooperação Técnica entre órgãos públicos — foco central da ADPF 1051 — levanta sérios alertas para os participantes da Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF). Entre as empresas envolvidas estão gigantes da engenharia nacional como a Novonor (ex-Odebrecht), OAS, Camargo Corrêa e UTC, todas com histórico de contratos com a Petrobras e ligadas à cadeia de fornecimento da Sete Brasil. A FUNCEF, assim como outros fundos de pensão como PETROS e PREVI, foi diretamente impactada pela implosão coordenada desse setor. O reconhecimento, ainda que implícito, de abusos e vícios nos acordos da Lava Jato — fundamento da ADPF — não pode servir de base para o apagamento dos direitos das vítimas. A Fundação é credora, não corresponsável. Os números são robustos e chocantes. Estima-se que os prejuízos causados aos fundos de pensão com a falência...

A RENDIÇÃO JAPONESA E A NOVA DOUTRINA IMPERIAL DE TRUMP

Por: Carlos Lima   No dia 22 de julho de 2025, o ex-presidente Donald Trump anunciou ao mundo um acordo “histórico” com o Japão, encerrando uma escalada tarifária que ele próprio iniciou ao ameaçar sobretaxar em até 35% todas as importações japonesas. Apresentado como um pacto de “cooperação”, o que se viu, na verdade, foi uma rendição. Uma capitulação formal de uma das maiores economias do mundo diante de um projeto de poder baseado na chantagem econômica e na supremacia unilateral dos Estados Unidos.   O que está em curso não é um acordo comercial, mas a consolidação de uma nova doutrina imperial: a guerra tarifária como instrumento de subjugação econômica e geopolítica.   Chantagem tarifária e subordinação estratégica   O Japão aceitou uma elevação brutal das tarifas de exportação para os EUA — de uma média de 2,5% para 15% — apenas para evitar um tarifaço ainda mais agressivo, que havia sido anunciado por Trump como iminente. Não houve negociação em pé de igualda...

O bolsonarismo é a vanguarda da traição nacional e da sabotagem econômica

Por: Carlos Lima   O bolsonarismo é hoje a mais perigosa expressão do entreguismo contemporâneo Disfarçado de patriotismo, mascarado com cores da bandeira e entoando hinos enquanto desfere golpes contra a soberania nacional, esse movimento liderado por Jair Bolsonaro e seus filhos representa não apenas uma degeneração política e moral da direita brasileira, mas a sua fusão completa com interesses externos — particularmente os dos Estados Unidos. Trata-se de um projeto de poder construído para destruir as bases econômicas e institucionais do Brasil enquanto nação independente, transformando-o num satélite dócil do capital internacional. Seu funcionamento combina desinformação sistemática, deslegitimação do Estado, milicianismo digital, violência simbólica e física, e submissão absoluta aos ditames do imperialismo financeiro. A conexão orgânica com o trumpismo é mais do que ideológica: é funcional, estratégica, operativa. Estamos diante de uma articulação transnacional da extrema di...

Mundial para Bilionários: Como a FIFA Sabota a Igualdade no Futebol

Por Carlos Lima A Copa do Mundo de Clubes 2025, realizada com pompa e grife nos Estados Unidos, escancarou mais uma vez a profunda desigualdade estrutural que separa o futebol global entre centros bilionários e periferias formadoras. O caso de João Pedro, atacante brasileiro contratado pelo Chelsea durante o próprio torneio e inscrito às pressas, é apenas o símbolo mais recente de como o futebol virou palco de um darwinismo financeiro legitimado pelas regras da própria FIFA. A permissão da entidade máxima do futebol para que clubes incluam jogadores no decorrer do Mundial, mesmo com o torneio em andamento, não é apenas uma brecha técnica: é uma licença para os ricos vencerem. Clubes como Chelsea, Manchester City, Real Madrid e Bayern têm acesso ilimitado ao mercado de transferências, podendo contratar, registrar, legalizar e escalar um atleta em questão de 48 horas, enquanto clubes sul-americanos ou africanos mal conseguem cobrir a folha salarial com cotas de TV instáveis e patrocínios...

A dor de cotovelo da The Economist

por Carlos Lima Vamos aplaudir a coragem da revista  The Economist . Em tempos de guerra, miséria crescente e catástrofe climática, ela encontrou seu inimigo principal: Lula. Sim, aquele operário nordestino atrevido, que em pleno 2025 insiste em dizer que o Brasil não é colônia de ninguém. Uma afronta inaceitável. Como ousa? Na última edição (29/06/2025), a revista mais refinada do capitalismo anglo-saxão decidiu que Lula está “perdendo relevância”. Tradução: ele não lambe as botas do Departamento de Estado (uma ingenuidade esperar isso). Um presidente que condena o genocídio em Gaza, defende a taxação de bilionários e ainda por cima anda de braço dado com líderes africanos e asiáticos? Isso sim é uma ameaça real à ordem mundial. Putin? Netanyahu? Trump? Não, o verdadeiro perigo geopolítico é o Lula. Que medo! A nova cartilha da civilização ocidental Segundo a  The Economist , o Brasil está isolado. Isolado de quem, exatamente? Ah, claro: isolado do clube dos bomb...